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Cassie Q

Onde Minha Brasilidade Se Perdeu (or Why Cassie Was Born American)


For those of you who don't know me, I was born and raised Brazilian, and have never lived anywhere else. So for some of the people who know me in real life, it seemed odd that I'd choose to do my art in a foreign language. Of course English has the power to reach a much larger number of people, and I have been described as ambitious, but that's more of a pleasant afterthought and not an actual reason, so I'm sharing this comic from mini Cassie to explain how it came to be.

O fato é que pra mim o Inglês não é uma língua estrangeira. Faz parte de mim, da minha história, do meu cotidiano. Assim como todas as coisas cinzas da vida, minha família não foi só ruim, e nem só boa pra mim. Ainda hoje quando me lembro de situações extremas que vivi quando criança, é difícil compreender uma única pessoa pode ser tão generosa e tão cheia de fúria. Uma coisa é certa, minha família nunca proporcionou um ambiente seguro em que eu pudesse nem mesmo processar meus sentimentos, sempre vagos, caóticos, e sempre muito privados.

Desde muito pequena tive facilidade com línguas, e uma vez dado o impulso inicial da Língua Inglesa na escola, o progresso foi muito natural. Na pré adolescência me encantei com a agressividade melosa do Pop Punk e queria entender melhor as letras, queria entender os filmes, ler os livros de vampiro. Felizmente, meu gosto foi amadurecendo (de modo geral...), e em uma língua estrangeira aprendi a me conectar com os meus sentimentos. Aí veio o Facebook, e de maneiras aleatórias comecei a conhecer pessoas. Pessoas do mundo inteiro, que se comunicam do jeito que eu me comunico, e me escutam, e me entendem e me ajudam a me entender também. Confesso que não conheço todas as palavras, e que no vestibular não sabia o que era "dairy", mas as palavras que conheço, conheço intimamente.

Tenho um respeito muito grande pela arte Brasileira, e as vezes me sinto envergonhada de seguir o caminho mais fácil, de me distanciar de pessoas muito maiores que eu, que vieram antes de mim e com sua arte criaram um Brasil melhor. Acho que talvez agora eu consiga ser honesta em Português, e pra falar a verdade nem sei quanto tempo essa fase de cartoonista vai durar, mas pretendo misturar um pouco. Como sempre, tudo vai depender de como eu me sinto sobre isso.

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